sexta-feira, 17 de outubro de 2008

REVOLTA!

Certos momentos de revolta são importantes na nossa vida, mesmo que não concretizemos algumas ações revoltadas, essas ações passaram por nossa mente e nos fizeram pensar, refletir e crescer. É de conhecimento de todos que saí do meu último emprego muito revoltado e desgostoso com tudo o que passei e com todos os que me fizeram mal. E foi num momento desses de revolta que planejei enviar esses e-mails pra essas pessoas, mas não os enviei. Vou registrar aqui no blog, talvez dê pra notar a dimensão do problema que estava acontecendo e crescendo. Vale lembrar que agora eu estou muito satisfeito e feliz com meu novo serviço e por isso vou compartilhar esse momento importante da minha vida. A seguir os e-mails que planejei enviar:

Seres humanos não são permitidos

Os robôs são melhores:
Não sentem dor,
Nem ficam tristes.
Não têm opinião,
Nem inteligência.
Possuem capacidade limitada.
Não têm senso crítico.
Suas falhas podem ser corrigidas com a instalação de um novo software ou com o ajuste de mecanismo: de maneira fria, apenas técnica.

Por isso devo mesmo sair, pois, felizmente, nasci humano: imperfeito, quente, inconstante, com cognição, com emoção, com criatividade, com raciocínio, capacidade de aprendizado, opinião, senso crítico e força de vontade.

Portanto, contratem robôs e fiquem livres de procurar as causas do absenteísmo e do turn over que vêm aumentando nos últimos tempos. Fiquem livres também de implementar metodologias, rotinas de trabalho, gestão de conhecimento e de pessoas, gestão de documentos... Fiquem livres das idéias, das críticas e das soluções vindouras de mentes que pensam.

Sim, vocês têm razão: os robôs são perfeitos, pois são meros executores e não aumentam o capital intelectual.

Graças a Deus meu futuro já foi decidido antes mesmo da reunião que vocês pensavam estar decidindo meu futuro. O que eu vivi aqui, é página virada. Vou fechar e lacrar esta porta. Porque a próxima página eu já escrevi e a próxima porta do meu futuro já está aberta. Isto tudo porque minha vida está ao alvedrio da minha discricionariedade. Os robôs não conseguem fazer isto, por isso são melhores.

Sejam felizes em sua redoma deslumbrante de mesquinhez e mediocridade, com os seus robôs. Talvez assim, sem as relações humanas, vocês olhem mais para dentro de si. E eu já encontrei um lugar onde é permitido pensar.

O outro foi esse:

Caros colegas e amigos,
 
Estou de partida.
Espero que todos obtenham sucesso.
Apenas colecionem as pedras que colocam nos seus caminhos se for para:
Fazer um castelo ou
Fazer uma escada pra ver o horizonte.
Mas é importante também guardar umas 4 para legítima defesa.
 
Se não acham oportunidades, criem-nas.
Se não acham possibilidades, estimulem-nas.
E terão sucesso.
 
Agradeço a amizade de todos a quem tenho amizade de verdade.
Os outros que ajudaram, também agradeço.
Os que colocaram obstáculos, também sintam-se agradecidos, serviram de incentivo para eu conquistar meu objetivo.
Desta vez, não se trata de uma derrota, mas de uma etapa que se encerrou.
Fiquem em paz, se for possível.
Se não for... Transforme em possibilidade, pois humildade não é humilhação.

REVOLTA!

Certos momentos de revolta são importantes na nossa vida, mesmo que não concretizemos algumas ações revoltadas, essas ações passaram por nossa mente e nos fizeram pensar, refletir e crescer. É de conhecimento de todos que saí do meu último emprego muito revoltado e desgostoso com tudo o que passei e com todos os que me fizeram mal. E foi num momento desses de revolta que planejei enviar esses e-mails pra essas pessoas, mas não os enviei. Vou registrar aqui no blog, talvez dê pra notar a dimensão do problema que estava acontecendo e crescendo. Vale lembrar que agora eu estou muito satisfeito e feliz com meu novo serviço e por isso vou compartilhar esse momento importante da minha vida. A seguir os e-mails que planejei enviar:

Seres humanos não são permitidos

Os robôs são melhores:
Não sentem dor,
Nem ficam tristes.
Não têm opinião,
Nem inteligência.
Possuem capacidade limitada.
Não têm senso crítico.
Suas falhas podem ser corrigidas com a instalação de um novo software ou com o ajuste de mecanismo: de maneira fria, apenas técnica.

Por isso devo mesmo sair, pois, felizmente, nasci humano: imperfeito, quente, inconstante, com cognição, com emoção, com criatividade, com raciocínio, capacidade de aprendizado, opinião, senso crítico e força de vontade.

Portanto, contratem robôs e fiquem livres de procurar as causas do absenteísmo e do turn over que vêm aumentando nos últimos tempos. Fiquem livres também de implementar metodologias, rotinas de trabalho, gestão de conhecimento e de pessoas, gestão de documentos... Fiquem livres das idéias, das críticas e das soluções vindouras de mentes que pensam.

Sim, vocês têm razão: os robôs são perfeitos, pois são meros executores e não aumentam o capital intelectual.

Graças a Deus meu futuro já foi decidido antes mesmo da reunião que vocês pensavam estar decidindo meu futuro. O que eu vivi aqui, é página virada. Vou fechar e lacrar esta porta. Porque a próxima página eu já escrevi e a próxima porta do meu futuro já está aberta. Isto tudo porque minha vida está ao alvedrio da minha discricionariedade. Os robôs não conseguem fazer isto, por isso são melhores.

Sejam felizes em sua redoma deslumbrante de mesquinhez e mediocridade, com os seus robôs. Talvez assim, sem as relações humanas, vocês olhem mais para dentro de si. E eu já encontrei um lugar onde é permitido pensar.

O outro foi esse:

Caros colegas e amigos,
 
Estou de partida.
Espero que todos obtenham sucesso.
Apenas colecionem as pedras que colocam nos seus caminhos se for para:
Fazer um castelo ou
Fazer uma escada pra ver o horizonte.
Mas é importante também guardar umas 4 para legítima defesa.
 
Se não acham oportunidades, criem-nas.
Se não acham possibilidades, estimulem-nas.
E terão sucesso.
 
Agradeço a amizade de todos a quem tenho amizade de verdade.
Os outros que ajudaram, também agradeço.
Os que colocaram obstáculos, também sintam-se agradecidos, serviram de incentivo para eu conquistar meu objetivo.
Desta vez, não se trata de uma derrota, mas de uma etapa que se encerrou.
Fiquem em paz, se for possível.
Se não for... Transforme em possibilidade, pois humildade não é humilhação.


sábado, 4 de outubro de 2008

Caxias...

A chegada em Caxias foi legal, a cidade é maior, tem mais estrutura.
Achamos um hotel bem pertinho da Prefeitura, não muito confortável, mas bem melhor que a hospedagem de Timbiras. O quarto que ficamos na primeira noite estava cheio de formigas e pernilongos, mas na segunda noite pedimos pra mudar de quarto e ficamos mais confortáveis. Peguei uma cama longe da TV e do colega que ronca e fiquei feliz. Pena que o chuveiro era frio, mas com o calor que faz naquele lugar nem precisa de chuveiro elétrico para aquecer a água.
O local onde funciona a Prefeitura e as secretarias é muito bonito: a Prefeitura foi construída em forma de um casarão estilo colonial. Parece uma casa grande de senhor de engenho. Já o prédio onde funcionam as secretarias era uma tecelagem, bem antiga, do século XIX que foi adaptada (leia-se descaracterizada) para receber as secretarias municipais.
Trabalhamos no gabinete do Prefeito, pois a sala de reunião estava ocupada por causa de uma reforma no prédio. O gabinete é chiquetéeeeeerrimo: tem uma TV de plasma enorme (MESMO!), sofás de tecido phynno, uma mesa enorme de vidro, com os pés em madeira modernérrima, a cadeira do homem que parece uma nave espacial, e uma mesa de reuniões com as cadeiras de couro... A cidade nos ofereceu boas opções de alimentação, não passamos aperto. Tem um comércio movimentado também, principalmente no ramo das confecções, até comprei uma manta nova... O trabalho foi fluindo, porém já estávamos conscientes de uma prorrogação, e foi o que aconteceu. Tivemos que ir às pressas para Teresina trocar as passagens e para ficar em caxias por mais três dias, ou seja, voltamos a Brasília na quarta-feira. Achei Teresina legal, parece ser uma ciaddse organizada, é arborizada e bem sinalizada, só é quente demais! Voltamos a caxias para mais um final de semana longe de casa... O resto foi dos dias foram normais... Nada demais aconteceu, voltamos a Brasília na quarta e foi a melhor sensação do mundo voltar para minha casa! Pena que perdi boa parte das fotos que tirei no Maranhão, pois o pendrive deu defeito. Mas as que ainda tenho pretendo colocar no órkut.
A impressNao que tive do Maranhão é de um Estado que, apesar de ter uma malha viária de boa qualidade, não se pode dizer o mesmo sobre o cuidado com o patrimônio cultural. Sobre as pessoas, percebi que são preguiçosos mesmo e gostam de ganhar dinheiro na expertise e sem esforço. Fiquei com ódio na nojenta da mulher da porra da lan house que quis me cobrar R$0,50 por ter liberado o PC pra mim, sendo que eu não consegui abrir um site sequer por causa da conexão que estava quase parando. Aff... Brasília é MARA!!!!!

José, o bicho de pé! Ou Itanagra MERECE um post.

Ao ficar sabendo que iria para a Bahia fiquei super animado, afinal iria tirar (ou não) da cabeça a impressão que adquiri a respeito de praia e mar, além de ficar numa cidade próxima a Salvador.
Saímos de Brasília no domingo, dia 14/09/2008 rumo a Salvador. O desarranjo intestinal e urinário de sempre por causa da “ansiedade” de pegar o GOL. Tudo normal até entrar no avião e a comissária anunciar que precisávamos balancear o peso do avião para a decolagem, para isso seria necessário que um grupo de passageiros voluntários saísse da frente e fosse para a parte de trás do aparelho. Agora que diferença faz uns 500 quilos em face de um amontoado de aço de não sei quantas toneladas? Fica a pergunta para quem entende. Mas a viagem foi tranqüila.
A cidade onde fomos trabalhar se chama Itanagra e fica a 100 quilômetros de Salvador. Chegamos em Salvador com o tempo agradável. Logo o motorista chegou e fomos para Itanagra. Logo ficamos sabendo que só é possível chegar a cidade por estrada de terra. Logo ficamos sabendo também que lá não tem banco do Brasil. Logo percebemos que a cidade só tem uma rua, não tem posto de gasolina, nem caixa econômica, nem restaurante, nem pizzaria... Roça de tudo! Animais andando no meio da rua (porcos, galinhas, patos, vacas). Um fim de mundo a 100km da capital.
Chegamos a noite na cidade. O motorista nos levou para a “estalagem” onde dormimos: um quartinho sem janela, somente com aqueles tijolos furados, duas camas com fedor de mofo, chuveiro gelado, banheiro sem porta, sem TV, sem frigobar, apenas um ventiladorzinho barulhento. Já deve ter dado pra notar que não foi bom, mas vou continuar assim mesmo... Se eu não tivesse levado meus meios de diversão (seriado no laptop, vídeos e musicas no iPod e a caixa de som, gibis e palavras cruzadas) teria ficado louco.
A alimentação era numa pensão de uma senhora chamada Dona Nita, apesar do nome de pensão, ela não oferecia hospedagem, somente comida. A comida era boa, mas ficamos sabendo que a cidade não possui matadouro público, logo não possui um local adequado para o abate do gado de corte nem inspeções da vigilância sanitária. Decidi não comer carne vermelha. Apenas frango. Tinha uma lanchonetezinha também, onde arriscamos comer alguma coisa por duas vezes. Tudo no improviso, tanto na pensão quanto na lanchonete.
Foram dias difíceis, sem dormir bem, num local completamente sem recursos. Para se ter uma idéia, a única maquina de Xerox da cidade é a da Prefeitura, que quebrou assim que pedimos as primeiras cópias. Tivemos que ir a outra cidade para fazer o serviço e sacra dinheiro, uma cidade chamada Alagoinhas. Foi uma hora de viagem para ir e outra pra votar, pois tudo se torna longe de Itanagra por causa dos acessos em estrada de terra.
Terminamos o serviço na sexta-feira a tarde e fomos pra Lauro de Freitas, do ladinho de Salvador. Arranjamos uma pousadinha cheirosa, com chuveiro quente, TV a cabo e perto da praia. Uma noite nessa pousada me custou uma semana inteira em Itanagra, mas valeu a pena: tomei o banho mais demorado da minha vida.
A praia em Lauro de Freitas é linda, diferente de São Luis e o meu plano agora é voltar a Salvador pra curtir.
A volta a Brasília foi no mesmo esquema dor de barriga, mijadeira, o contra-peso no avião, mas foi boa também, apesar do avião ter tremido um pouco.
Não há sensação melhor no mundo que posar no chão da minha cidade. E foi pisando no chão do meu banheiro que percebi que trouxe um imigrante da Bahia. O José, o bicho de pé. Não sei se o adquiri em Itanagra ou na praia. Batizei e matei. Itanagra se foi junto com ele... É, de longe, o pior lugar que já visitei.
PS: as fotos estão no Orkut.

A segunda semana no Maranhão.

Saímos de São Luis na segunda-feira bem cedo rumo a Chapadinha. Ainda não estava seguro quanto viajar com o nosso motorista. Gente! Acabei de me dar conta que estou em Brasília há mais de 8 anos... Credo! Falo sobre isso depois. Voltando à viagem: dizia que não estava seguro de viajar com nosso motorista. É complicado confiar num estranho dirigindo um carro com sua vida dentro. Chegamos em Chapadinha antes mesmo do almoço, nos apresentamos e fomos nos acomodar. Achamos um hotelzinho até bacana. Deu pra ficar um AM cada quarto com sua cama de casal e tinha um café da manhã farto. Chapadinha é uma cidadela que virou cidade de verdade em pouco tempo, as na verdade o povo ainda é muito pobre. Não moraria lá, mas não passamos aperto com relação à alimentação, hospedagem, comércio. Mas o calor começou a aumentar. Quanto mais próximo do Piauí, mais calor faz. Tivemos que aumentar um dia na cidade, pois a demanda de trabalho era maior que o que esperávamos. A recepção pela Prefeitura foi muito boa, apesar de não nos servirem de frutas e lanches durante o expediente como aconteceu em Santa Rita, mas pelo menos o povo era educado, a secretária e a auxiliar dela foram muito educadas e atenciosas. Aliás, o povo de Chapadinha é mais educado e não passamos aperto na cidade com relação aos serviços (alimentação, hospedagem). Os almoços e as jantas eram num lugar chamado Confraria, bonito, agradável, e barato. Lá tomamos um chopp de vinho chamado Autêntico que é uma delícia, depois coloco o rótulo e o site. Vou até procurar a bebida em Brasília porque vale a pena ter uns em casa. Saí de Chapadinha com a sensação de dever cumprido e trabalho bem realizado. De Chapadinha nos encaminhamos para Timbiras. Essa viagem foi “osso”! Pegamos estrada de chão por teimosia do motorista. Por um lado foi bom que a estrada e menos movimentada e a velocidade de transito é menor, mas é desgastante assim mesmo. Dormimos em Coroatá, pois o motorista achou melhor por ter mais opções de hotel. Escolhemos um hotel até bom se não fosse a localização. Ele fica situado no meio de vários botecos, e uma característica dessas cidades do interior é a poluição sonora. Num dos botecos, que ficava bem em frente a janela do nosso quarto tinha um carro com o som ligado tocando aquelas musicas que eu mais detesto de todas no mundo. Ficaram até 2h da manhã quando resolvi chamar a polícia, apesar de acreditar que não ia resolver nada. A polícia não só foi lá, como acabou com a farra. Achei pouco, quem sabe eles aprendem algumas regras básicas de convivência em sociedade, apuram o gosto musical e aprendem que não se deve beber quando for dirigir. Senti muito por eles (prazer aueheauheauh), mas eu precisava tentar dormir, pois já havia perdido o sono. O colega começou a roncar e eu vi a hora passar a noite toda. Cheguei em Timbiras alquebrado, e deixei todos conscientes que eu não voltaria mais para aquele hotel. Feito! Encontramos um lugar pra ficar em Timbiras e eu fui buscar as malas em Coroatá. O dormitório é de uma senhora chamada Jura, e fica nos fundos da casa dela. Timbiras é uma cidadela que não tem muita coisa além do calor e da falta de vontade do povo. A hospedagem é muito ruim: o quarto não era limpo todo dia, a TV não funcionava, móveis velhos, enfim, é um misto de “Dormitório da Dona Teresa” com “Pousada Tambaú”. Algo que eu acho engraçado é que o povo aqui se auto-entitula preguiçoso e não fazem nada para melhorar. Eu diria, pra não parecer preconceituoso, que o povo é desprovido de senso estético, de zelo e de atenção aos clientes. Impressionante como os serviços aqui são ruins e não dispõem de uma estrutura limpa e agradável aos olhos. A única exceção é o hotel do SESC. É possível perceber isso em todos os lugares, inclusive dentro da casa das pessoas. Acho que isso é o que eu diria sobre aquela idéia que eu deixei pendente no final do post anterior. Sei que estou me contradizendo, mas agora tenho uma idéia que está completa e formada. Não é o nosso modo de vida em BSB que é artificial, e sim uma conquista pelo trabalho, estudo, cultura, força de vontade e busca pelo que é mais eficiente, eficaz, econômico, prático e bonito, ou seja, a melhor relação custo/benefício. Aqui no Maranhão não se tem esses cuidados, porém a ganância é grande. O povo quer ganhar dinheiro fácil sem oferecer aos clientes a mínima condição de ficarem satisfeitos com os preços que pagam. Até mesmo a comida e a forma como é feita, os utensílios utilizados, não recebem os cuidados necessários para isso: estou falando de higiene mesmo, limpeza, apresentação, aparência, ausência de seres vivos andando pela comida... Enfim. Saí de Timbiras também com a sensação de trabalho cumprido e agora estou em Caxias, ultima cidade do roteiro, porém a demanda mais complexa. Espero não ter que adiar a volta pra casa, estou com saudade de todos e da minha cidade querida. Estou doido pra ir a um shopping! Não agüento mais esses lugares que a gente se estressa por não ter com o que se estressar... Mais disso só depois de mais uma temporada em BSB. Depois escrevo sobre Caxias. A bateria do laptop está no fim e no quarto não tem tomada pra ligar o troço.

Maranhão, a prmeira semana

Resolvi fazer os relatos por semana. Eles não virão com todos aqueles detalhes e serão mais fáceis de serem feitos.

O vôo foi tranqüilo, apesar de algumas instabilidades: os gibis de sempre, as palavras cruzadas de sempre, as musicas de sempre, e o medo de sempre. Duas horas e vinte depois pousamos em São Luís. Ficamos no SESC Turismo, um hotel muito bom, o quarto era confortável, a cama era parecida com a minha, o chuveiro quente, piscina, sauna, academia, restaurante, café-da-manhã farto, bom atendimento, porém tudo o que não for diária é muito caro, além de ficar num bairro isolado de tudo, perto de uma praia freqüentada pela quirela da população de São Luis, com muitos assaltos, esgoto, sujeira, gente feia (depois descobri que é uma cidade de gente feia). A impressão que tive de São Luis é de uma cidade que pode ser assim formada: pegue Águas Claras, divide por 3, em volta coloque uma Pirenópolis, algumas Alexânias e muitas Águas Lindas de Goiás ao redor e um mar de água suja em volta tudo isso fervendo no caldeirão do inferno. Pronto, você já sabe como é São Luis. Nossos trabalhos não foram concentrados em São Luis, e sim em outras cidades. Nesta primeira semana visitamos Paço do Lumiar, Santa Rita e Olho d’Água das Cunhas. É legal ver outras realidades, mas em termos de trabalho, nem sempre isso vale.

Ah! E o Guaraná Jesus! Descobri porque tem esse nome: porque você bebe e diz “Jesus!!!”. Fazendo careta, lógico! O refrigerante é fabricado e vendido só aqui no Maranhão, a marca foi comprada pela Coca-Cola. É vendido como se fosse de guaraná, a cor dele é rosa e tem gosto de alguma coisa que não é guaraná. Não consegui definir se é sabor de cereja, chiclete, banana, cravo ou canela, mas guaraná tenho certeza que não é!

Em Paço do Lumiar presenciei algo inusitado: o centro administrativo da cidade fica no meio do mato e a parte “desenvolvida” da cidade fica a uns 5km de distância. É como se a Praça dos Três Poderes ficasse na Água Mineral. Não tivemos muito que fazer lá, pois os políticos daqui têm o péssimo hábito de não deixar documentos de uma gestão para a outra. Pelo menos é o que os atuais gestores argumentam, acham um absurdo, mas farão a mesmíssima coisa ao final dos seus mandatos.

Já em Santa Rita, presenciamos a mesma situação, porém com um agravante: a gestão atual também não soube realizar seus atos conforme a Lei. Santa Rita é uma cidade de inspiração, porque quando você expira, a cidade já acabou. Na volta aceitei o Guaraná Jesus pra não ser mal educado com a servidora da Prefeitura que foi tão simpática.

Na sexta-feira viajamos para Olho d’Água das Cunhas. Ali vi descaso com o povo e com o dinheiro público. Uma cidade quase miserável de pobre. Nem pousada tem, quanto mais hotel. Ficamos num dormitório numa case de uma velhinha, a Dona Tereza, em condições precárias. Ainda bem que foi só um dia. Era uma casa simples (pra não dizer pobre), com chão de cimento, pintada com cal tingido de verde na frente e nos fundos a parede externa era de barro mesmo e por dentro pintada de cal branco, que foi transformada em dormitório depois que a dona Tereza e sua família resolveram se mudar para o quarto da frente que fazia divisão com o meu por uma meia parede. O quarto fechava por fora com um elástico amarrado num prego, o banheiro não tinha luz, nem porta, nem lugar pra pendurar toalha, nem café-da-manhã. Não preciso dizer que o chuveiro era frio. O vaso sanitário fica em frente à porta e um espelho refletia todo o banheiro e ainda dividi o quarto com o colega. Ou seja, era inevitável ver alguns momentos íntimos do outro se não quisesse pedir licença. Fomos recebidos pela encarregada da secretária da secretária de educação que nos informou tudo, menos o que precisávamos, com a cara mais limpa do mundo e nos informou que a secretaria de educação não se encontrava. Mas pela cara de pau da moça e por ela não nos olhar de frente (era algo meio impossível, pois ela era vesga, mas ela dobrava o pescoço para cima para não nos ver), tinha certeza que a secretária de educação estava escondida. Depois de uma noite mal dormida na Dona Tereza, fomos para a Prefeitura nos encontrar com a secretária de educação no horário combinado para pegarmos os documentos e seguirmos viagem. Ledo engano! A cretina chegou atrasada dizendo que estava trabalhando na campanha da Lalinha (a atual Prefeita que está “LALANDO” dinheiro público para sua campanha). Fiquei com ódio de me sentir trouxa naquele lugar! Depois ainda nos oferecem um bolo mole com Guaraná Jesus pra passar o tempo. Quase enfiei o bolo goela abaixo da funcionária e quase joguei aquela coisa cor de rosa na cara dela. Que ódio! Saímos de lá já tarde e chegamos em São Luis no começo da noite.

Voltamos para São Luis, só que desta vez para outro hotel, a Pousada Tambaú que já adianto que não recomendo a ninguém se hospedar lá, pois apesar de ficar em frente a uma das melhores praias, o atendimento é ruim, o café-da-manhã é péssimo, os donos são mal educados, os condicionadores de ar não funcionam bem, nem as TVs.

No domingo fomos ver a ida para Alcântara, uma viagem de braço pelo mar para o continente que dura uma hora e meia, mas não tinha mais barco indo e corríamos o risco de não voltar de lá no domingo. Preferimos ficar em São Luis e andar pelo centro histórico. Achei muito bonito, mas parece uma cidade deserta. Tudo descuidado, abandonado, cheio de baratas. Estão descaracterizando as construções antigas: alguns mantêm a fachada e fazem algo moderno dentro, outros deixam a fachada e fazem estacionamento. Na Rua Grande tem varias lojas como Americanas, Riachuelo, C&A, Marisa que funcionam em fachadas de casarões antigos. É de dar dó! Outros viraram museus, mas o geverno não cuida. Os azulejos estão caindo e são verdadeiras obras de arte. E os que não são nada estão se transformando em nada. Fiquei chateado...

No mais estou cansado! Só sei que não é fácil encarar essas estradas perigosas para “dar com os burros n’água”.

Pelo menos tomei um banho de mar que serviu para confirmar que eu não gosto mesmo de praia: aquela areia que gruda, a pele que fica como sal que pegou umidade, a água salgada e amarga e o povo feio, fora o risco de ser “beijado” por uma água-viva “apeixonada”.

Pra terminar, eu prefiro ficar com a seguinte idéia: o modo de vida dos pobres daqui e de outras viagens que já fiz sempre me deixam com uma impressão de que nosso modo de vida em Brasília é mesmo artificial. Vou desenvolver a idéia, e qualquer dia escrevo mais sobre isso.

José, o bicho de pé! Ou Itanagra MERECE um post.

Ao ficar sabendo que iria para a Bahia fiquei super animado, afinal iria tirar (ou não) da cabeça a impressão que adquiri a respeito de praia e mar, além de ficar numa cidade próxima a Salvador.
Saímos de Brasília no domingo, dia 14/09/2008 rumo a Salvador. O desarranjo intestinal e urinário de sempre por causa da “ansiedade” de pegar o GOL. Tudo normal até entrar no avião e a comissária anunciar que precisávamos balancear o peso do avião para a decolagem, para isso seria necessário que um grupo de passageiros voluntários saísse da frente e fosse para a parte de trás do aparelho. Agora que diferença faz uns 500 quilos em face de um amontoado de aço de não sei quantas toneladas? Fica a pergunta para quem entende. Mas a viagem foi tranqüila.
A cidade onde fomos trabalhar se chama Itanagra e fica a 100 quilômetros de Salvador. Chegamos em Salvador com o tempo agradável. Logo o motorista chegou e fomos para Itanagra. Logo ficamos sabendo que só é possível chegar a cidade por estrada de terra. Logo ficamos sabendo também que lá não tem banco do Brasil. Logo percebemos que a cidade só tem uma rua, não tem posto de gasolina, nem caixa econômica, nem restaurante, nem pizzaria... Roça de tudo! Animais andando no meio da rua (porcos, galinhas, patos, vacas). Um fim de mundo a 100km da capital.
Chegamos a noite na cidade. O motorista nos levou para a “estalagem” onde dormimos: um quartinho sem janela, somente com aqueles tijolos furados, duas camas com fedor de mofo, chuveiro gelado, banheiro sem porta, sem TV, sem frigobar, apenas um ventiladorzinho barulhento. Já deve ter dado pra notar que não foi bom, mas vou continuar assim mesmo... Se eu não tivesse levado meus meios de diversão (seriado no laptop, vídeos e musicas no iPod e a caixa de som, gibis e palavras cruzadas) teria ficado louco.
A alimentação era numa pensão de uma senhora chamada Dona Nita, apesar do nome de pensão, ela não oferecia hospedagem, somente comida. A comida era boa, mas ficamos sabendo que a cidade não possui matadouro público, logo não possui um local adequado para o abate do gado de corte nem inspeções da vigilância sanitária. Decidi não comer carne vermelha. Apenas frango. Tinha uma lanchonetezinha também, onde arriscamos comer alguma coisa por duas vezes. Tudo no improviso, tanto na pensão quanto na lanchonete.
Foram dias difíceis, sem dormir bem, num local completamente sem recursos. Para se ter uma idéia, a única maquina de Xerox da cidade é a da Prefeitura, que quebrou assim que pedimos as primeiras cópias. Tivemos que ir a outra cidade para fazer o serviço e sacra dinheiro, uma cidade chamada Alagoinhas. Foi uma hora de viagem para ir e outra pra votar, pois tudo se torna longe de Itanagra por causa dos acessos em estrada de terra.
Terminamos o serviço na sexta-feira a tarde e fomos pra Lauro de Freitas, do ladinho de Salvador. Arranjamos uma pousadinha cheirosa, com chuveiro quente, TV a cabo e perto da praia. Uma noite nessa pousada me custou uma semana inteira em Itanagra, mas valeu a pena: tomei o banho mais demorado da minha vida.
A praia em Lauro de Freitas é linda, diferente de São Luis e o meu plano agora é voltar a Salvador pra curtir.
A volta a Brasília foi no mesmo esquema dor de barriga, mijadeira, o contra-peso no avião, mas foi boa também, apesar do avião ter tremido um pouco.
Não há sensação melhor no mundo que posar no chão da minha cidade. E foi pisando no chão do meu banheiro que percebi que trouxe um imigrante da Bahia. O José, o bicho de pé. Não sei se o adquiri em Itanagra ou na praia. Batizei e matei. Itanagra se foi junto com ele... É, de longe, o pior lugar que já visitei.
PS: as fotos estão no Orkut.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Itanagra MERECE um post!


Caxias...

A chegada em Caxias foi legal, a cidade é maior, tem mais estrutura.
Achamos um hotel bem pertinho da Prefeitura, não muito confortável, mas bem melhor que a hospedagem de Timbiras. O quarto que ficamos na primeira noite estava cheio de formigas e pernilongos, mas na segunda noite pedimos pra mudar de quarto e ficamos mais confortáveis. Peguei uma cama longe da TV e do colega que ronca e fiquei feliz. Pena que o chuveiro era frio, mas com o calor que faz naquele lugar nem precisa de chuveiro elétrico para aquecer a água.
O local onde funciona a Prefeitura e as secretarias é muito bonito: a Prefeitura foi construída em forma de um casarão estilo colonial. Parece uma casa grande de senhor de engenho. Já o prédio onde funcionam as secretarias era uma tecelagem, bem antiga, do século XIX que foi adaptada (leia-se descaracterizada) para receber as secretarias municipais.
Trabalhamos no gabinete do Prefeito, pois a sala de reunião estava ocupada por causa de uma reforma no prédio. O gabinete é chiquetéeeeeerrimo: tem uma TV de plasma enorme (MESMO!), sofás de tecido phynno, uma mesa enorme de vidro, com os pés em madeira modernérrima, a cadeira do homem que parece uma nave espacial, e uma mesa de reuniões com as cadeiras de couro... A cidade nos ofereceu boas opções de alimentação, não passamos aperto. Tem um comércio movimentado também, principalmente no ramo das confecções, até comprei uma manta nova... O trabalho foi fluindo, porém já estávamos conscientes de uma prorrogação, e foi o que aconteceu. Tivemos que ir às pressas para Teresina trocar as passagens e para ficar em caxias por mais três dias, ou seja, voltamos a Brasília na quarta-feira. Achei Teresina legal, parece ser uma ciaddse organizada, é arborizada e bem sinalizada, só é quente demais! Voltamos a caxias para mais um final de semana longe de casa... O resto foi dos dias foram normais... Nada demais aconteceu, voltamos a Brasília na quarta e foi a melhor sensação do mundo voltar para minha casa! Pena que perdi boa parte das fotos que tirei no Maranhão, pois o pendrive deu defeito. Mas as que ainda tenho pretendo colocar no órkut.
A impressNao que tive do Maranhão é de um Estado que, apesar de ter uma malha viária de boa qualidade, não se pode dizer o mesmo sobre o cuidado com o patrimônio cultural. Sobre as pessoas, percebi que são preguiçosos mesmo e gostam de ganhar dinheiro na expertise e sem esforço. Fiquei com ódio na nojenta da mulher da porra da lan house que quis me cobrar R$0,50 por ter liberado o PC pra mim, sendo que eu não consegui abrir um site sequer por causa da conexão que estava quase parando. Aff... Brasília é MARA!!!!!