sábado, 4 de outubro de 2008

A segunda semana no Maranhão.

Saímos de São Luis na segunda-feira bem cedo rumo a Chapadinha. Ainda não estava seguro quanto viajar com o nosso motorista. Gente! Acabei de me dar conta que estou em Brasília há mais de 8 anos... Credo! Falo sobre isso depois. Voltando à viagem: dizia que não estava seguro de viajar com nosso motorista. É complicado confiar num estranho dirigindo um carro com sua vida dentro. Chegamos em Chapadinha antes mesmo do almoço, nos apresentamos e fomos nos acomodar. Achamos um hotelzinho até bacana. Deu pra ficar um AM cada quarto com sua cama de casal e tinha um café da manhã farto. Chapadinha é uma cidadela que virou cidade de verdade em pouco tempo, as na verdade o povo ainda é muito pobre. Não moraria lá, mas não passamos aperto com relação à alimentação, hospedagem, comércio. Mas o calor começou a aumentar. Quanto mais próximo do Piauí, mais calor faz. Tivemos que aumentar um dia na cidade, pois a demanda de trabalho era maior que o que esperávamos. A recepção pela Prefeitura foi muito boa, apesar de não nos servirem de frutas e lanches durante o expediente como aconteceu em Santa Rita, mas pelo menos o povo era educado, a secretária e a auxiliar dela foram muito educadas e atenciosas. Aliás, o povo de Chapadinha é mais educado e não passamos aperto na cidade com relação aos serviços (alimentação, hospedagem). Os almoços e as jantas eram num lugar chamado Confraria, bonito, agradável, e barato. Lá tomamos um chopp de vinho chamado Autêntico que é uma delícia, depois coloco o rótulo e o site. Vou até procurar a bebida em Brasília porque vale a pena ter uns em casa. Saí de Chapadinha com a sensação de dever cumprido e trabalho bem realizado. De Chapadinha nos encaminhamos para Timbiras. Essa viagem foi “osso”! Pegamos estrada de chão por teimosia do motorista. Por um lado foi bom que a estrada e menos movimentada e a velocidade de transito é menor, mas é desgastante assim mesmo. Dormimos em Coroatá, pois o motorista achou melhor por ter mais opções de hotel. Escolhemos um hotel até bom se não fosse a localização. Ele fica situado no meio de vários botecos, e uma característica dessas cidades do interior é a poluição sonora. Num dos botecos, que ficava bem em frente a janela do nosso quarto tinha um carro com o som ligado tocando aquelas musicas que eu mais detesto de todas no mundo. Ficaram até 2h da manhã quando resolvi chamar a polícia, apesar de acreditar que não ia resolver nada. A polícia não só foi lá, como acabou com a farra. Achei pouco, quem sabe eles aprendem algumas regras básicas de convivência em sociedade, apuram o gosto musical e aprendem que não se deve beber quando for dirigir. Senti muito por eles (prazer aueheauheauh), mas eu precisava tentar dormir, pois já havia perdido o sono. O colega começou a roncar e eu vi a hora passar a noite toda. Cheguei em Timbiras alquebrado, e deixei todos conscientes que eu não voltaria mais para aquele hotel. Feito! Encontramos um lugar pra ficar em Timbiras e eu fui buscar as malas em Coroatá. O dormitório é de uma senhora chamada Jura, e fica nos fundos da casa dela. Timbiras é uma cidadela que não tem muita coisa além do calor e da falta de vontade do povo. A hospedagem é muito ruim: o quarto não era limpo todo dia, a TV não funcionava, móveis velhos, enfim, é um misto de “Dormitório da Dona Teresa” com “Pousada Tambaú”. Algo que eu acho engraçado é que o povo aqui se auto-entitula preguiçoso e não fazem nada para melhorar. Eu diria, pra não parecer preconceituoso, que o povo é desprovido de senso estético, de zelo e de atenção aos clientes. Impressionante como os serviços aqui são ruins e não dispõem de uma estrutura limpa e agradável aos olhos. A única exceção é o hotel do SESC. É possível perceber isso em todos os lugares, inclusive dentro da casa das pessoas. Acho que isso é o que eu diria sobre aquela idéia que eu deixei pendente no final do post anterior. Sei que estou me contradizendo, mas agora tenho uma idéia que está completa e formada. Não é o nosso modo de vida em BSB que é artificial, e sim uma conquista pelo trabalho, estudo, cultura, força de vontade e busca pelo que é mais eficiente, eficaz, econômico, prático e bonito, ou seja, a melhor relação custo/benefício. Aqui no Maranhão não se tem esses cuidados, porém a ganância é grande. O povo quer ganhar dinheiro fácil sem oferecer aos clientes a mínima condição de ficarem satisfeitos com os preços que pagam. Até mesmo a comida e a forma como é feita, os utensílios utilizados, não recebem os cuidados necessários para isso: estou falando de higiene mesmo, limpeza, apresentação, aparência, ausência de seres vivos andando pela comida... Enfim. Saí de Timbiras também com a sensação de trabalho cumprido e agora estou em Caxias, ultima cidade do roteiro, porém a demanda mais complexa. Espero não ter que adiar a volta pra casa, estou com saudade de todos e da minha cidade querida. Estou doido pra ir a um shopping! Não agüento mais esses lugares que a gente se estressa por não ter com o que se estressar... Mais disso só depois de mais uma temporada em BSB. Depois escrevo sobre Caxias. A bateria do laptop está no fim e no quarto não tem tomada pra ligar o troço.

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