terça-feira, 31 de outubro de 2006

Um

Rating:★★★★
Category:Books
Genre: Science Fiction & Fantasy
Author:Richard Bach
SURREAL...
Não sei se por coincidência, mas é um tema "viagem" que tem recorrido no que eu leio e assisto nos últimos dias. O que é a realidade? Quem somos nós? O que é o amor? O que é humano?
O livro conta a história de um casal (Richard e Leslie) que partem para uma viagem e acabam se perdendo em dimensões e realidades paralelas, e se encontram com outras instâncias deles mesmos nesses lugares. É um livro para refletir. As respostas são:

Sobre o Humano:

"O ser humano é uma expressão da vida, que traz a luz e reflete o amor, em qualquer dimensão que ele resolva tocar, em qualquer forma que ele deseje assumir. A humanidade não é uma descrição física (...), é uma meta espiritual. Não é uma coisa que nos é dada, é algo que conquistamos."

Sobre o Real:

"A realidade nada tem a ver com nossa estreita maneira de ver (...). A realidade é o amor expressado, o amor puro e perfeito, intocado pelo espaço e pelo tempo."

Sobre o Amor:

" - Já se sentiram assim, em uníssono com o mundo, com o universo, 'com tudo que existe', a um grau tal que somos invadidos pelo amor? (...) 'Isso' é a realidade. 'Isso' é a verdade. O que fazemos dela compete a nós, tal como a pintura da aurora compete ao artista. No mundo de vocês" (nosso mundo) "a humanidade afastou-se desse amor."

Sobre Quem Somos:

"Todo mundo é um aspecto de todas as outras pessoas, porque a consciência é uma só."

Unicidade. Um. Amor.

Lincando com a Bruxa de Portobello:

Unicidade. Um. Amor é.

Lincando com o filme "Quem somos nós":

Unicidade. Um. Amor é. Realidade.

domingo, 22 de outubro de 2006

A Bruxa de Portobello

Rating:★★★★★
Category:Books
Genre: Literature & Fiction
Author:Paulo Coelho
Tudo bem que o PC não é nenhum primor da literatura como escritor, mas ele consgeue fazer com que nos envolvamos em suas obras. A Bruxa de Portobello é só mais uma dessas aventuras místicas fascinantes do nosso mago. Ele conta a história de Athena, uma moça muito religiosa que se decepciona com as regras da Igreja Católica e acaba encontrando um outro caminho para sua espiritualidade. Ao começar a leitura pensei: "porque será que ele já conta o que vai acontecer no fim do livro?". Surpreenda-se, porque O AMOR É.

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

O Caçador de Pipas

Rating:★★★★
Category:Books
Genre: Romance
Author:Khaled Hosseini
Acabei de ler este livro absolutamente maravilhoso...

Muita gente disse que chorou quando leu o livro... Não foi o meu caso apesar de o livro deixar uma lição interessante e proporcionar um ponto de vista da história da guerra do Afeganistão.
Vale a pena ler apesar do final vazio.

Abaixo tem a crítica sobre o livro que saiu na revista IstoÉ.

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Barril de pólvora
O caçador de pipas revela a triste realidade do
Afeganistão por meio de uma amizade traída
Eliane Lobato

“Descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque, de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar”

Nos últimos anos, nos acostumamos a ver, pela mídia, os horrores ocorridos no Afeganistão – triste endereço escolhido por Osama Bin Laden para comandar os atentados terroristas nos Estados Unidos em 2001. Lamentamos pelas mulheres afegãs ou pelas crianças órfãs, repudiamos os fanáticos religiosos. Mas essas pessoas não têm nome nem rosto, elas são como instituições, agrupamentos sem identidade. O primeiro mérito do livro O caçador de pipas (Nova Fronteira, 356 pags., R$ 34,90), de Khaled Hosseini, é exatamente individualizar a dor e nos fazer pensar, por exemplo, que há muitas crianças no Afeganistão, mas pouca infância. A história fala de Amir e Hassan, dois meninos que tiveram a mesma mãe de leite e cresceram juntos, mas com destinos diferentes devido aos fatos políticos e religiosos ocorridos naquele estranho (aos olhos ocidentais) mundo islâmico. Dá até para entender que, depois de tudo o que uma criança passa e assiste naquelas terras, explodir com uma bomba colada ao corpo chega a ser uma epifania – uma manifestação divina.
Tudo começa em Cabul, onde os garotos insistem numa amizade condenada pelas diferenças. Amir era rico, Hassan era pobre. Amir era pashtun, Hassan era hazara (etnia considerada inferior, de empregados). Amir era sunita, Hassan era xiita. E nada conseguiria modificar isso. Um dia, Amir trai Hassan. Depois, a invasão soviética, em 1978, trai os dois. Escombros, toque de recolher, soldados, fugas. O que já estava ruim, piora quando os talibãs assumem o poder e instalam um cotidiano de fuzilamentos, estupros, abuso sexual. O esplendor da vida, as disputas de pipas céu afora desaparecem. Mas ficam as lições, como nang e namoos – honra e orgulho, que se aprende numa brincadeira.
Amir não aprendeu e, já adulto e exilado nos Estados Unidos, decide voltar ao seu país para um tardio acerto de contas com o passado. Encontra um mundo decadente, criminoso e doloroso. As referências de seu passado parecem estar apagadas. Não se deve revelar a surpresa preparada para o leitor, mas pode-se adiantar que a redenção é possível. O caçador de pipas é um sucesso de autor estreante: Hosseini encabeça listas de mais vendidos em vários países e vai virar filme numa produção de Sam Mendes, o mesmo diretor de Beleza americana. O autor é afegão e muitas lembranças pertencem à sua própria memória. Seu livro mostra que o futuro é um luxo quando se nasce e vive dentro de um barril de pólvora.