segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Ser como um rio que flui


Um rio nunca passa duas vezes pelo mesmo lugar” diz um filósofo. “A vida é como um rio”, diz outro filósofo, e chegamos à conclusão que esta é a metáfora mais próxima do significado da vida. Por conseqüência, é sempre bom lembrar durante todo o próximo ano:


A] Sempre estamos diante da primeira vez. Enquanto nos movimentamos entre a nossa nascente (o nascimento) ao nosso destino (morte), as paisagens serão sempre novas. Devemos encarar todas estas novidades com alegria, e não com medo – porque é inútil temer o que não se pode evitar. Um rio não deixa de correr jamais.


B] Em um vale, andamos mais devagar. Quando tudo à nossa volta fica mais fácil, as águas se acalmam, nos tornamos mais amplos, mais largos, mais generosos.


C] Nossas margens sempre são férteis. A vegetação só nasce onde existe água. Quem entra em contato conosco, precisa entender que estamos ali para dar de beber a quem tem sede.


D] As pedras precisam ser contornadas. Evidente que a água é mais forte que o granito, mas para isso é preciso tempo. Não adianta deixar-se dominar por obstáculos mais fortes, ou tentar bater-se contra eles; gastaremos energia à toa. O melhor é entender por onde se encontra a saída, e seguir adiante.


E] As depressões necessitam paciência. De repente o rio entra em uma espécie de buraco, e pára de correr com a alegria de antes. Nestes momentos, a única maneira de sair é contar com a ajuda do tempo. Quando chegar o momento certo, a depressão se enche, e a água pode seguir adiante. No lugar do buraco feio e sem vida, agora existe um lago que outros podem contemplar com alegria.


F] Somos únicos . Nascemos em um lugar que estava destinado para nós, que nos manterá sempre alimentados de água o suficiente para que, diante de obstáculos ou depressões, possamos ter a paciência ou a força necessária para seguir adiante. Começamos nosso curso de maneira suave, frágil, onde até mesmo uma simples folha pára nosso curso. Entretanto, como respeitamos o mistério da fonte que nos gerou, e confiamos em sua Eterna sabedoria, aos poucos vamos ganhando tudo que nos é necessário para percorrer nosso caminho.


F] Embora sejamos únicos, em breve seremos muitos. À medida que caminhamos, as águas de outras nascentes se aproximam, porque aquele é o melhor caminho a seguir. Então já não somos apenas um, mas muitos – e há um momento em que nos sentimos perdidos. Entretanto, como diz a Bíblia, “todos os rios correm para o mar”. É impossível permanecer em nossa solidão, por mais romântica que ela possa parecer. Quando aceitamos o inevitável encontro com outras nascentes, terminamos por entender que isso nos faz muito mais fortes, contornamos os obstáculos ou preenchemos as depressões em muito menos tempo, e com muito mais facilidade.


G] Somos um meio de transporte. De folhas, de barcos, de idéias. Que nossas águas sejam sempre generosas, que possamos sempre levar adiante todas as coisas ou pessoas que precisarem de nossa ajuda.


H] Somos uma fonte de inspiração. E portanto, deixemos para um poeta brasileiro, Manuel Bandeira, as palavras finais:


Ser como um rio que flui


Silencioso no meio da noite


Não temer as trevas da noite


Se há estrelas no céu, refleti-las.


E se o céu se enche de nuvens


Como o rio, as nuvens são água;


Refleti-las também sem mágoa


Nas profundidades traqüilas.”


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sábado, 11 de fevereiro de 2006

Shakira - Que me quedes tu


Shakira - Que me quedes tu

Que se arruinen los canales de noticias
Con lo mucho que odio la television
Que se vuelvan anticuadas las sonrisas
Y se extingan todas las puestas de sol
Que se supriman las doctrinas y deberes
Que se terminen las peliculas de accion
Que se destruyan en el mundo los placeres
Y que se escriba hoy una ultima cancion

Pero que me quedes tu y me quede tu abrazo
Y el beso que inventas cada dia
Y que me quede aqui despues del ocaso
Para siempre tu melancolia
Porque yo si que dependo de ti
Y si me quedas tu
Me queda la vida

Que desaparezcan todos los vecinos
Y se coman las sobras de mi imnocencia
Que se vayan uno a uno los amigos
Y acribillen mi pedazo de conciencia
Que se consuman las palabras en los labios
Que contaminen toda el agua del planeta
O que renuncien los filiatropos y sabios
Y que se muera hoy hasta el ultimo poeta
 
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EU AMO MUITO VOCÊ!!!