segunda-feira, 1 de abril de 2013

Reflexão sobre o voto nulo

Votar nulo, ao contrário do que dizem por aí, não é anular cidadania e nem transferir a responsabilidade para os outros. Esse pensamento é um reflexo ultrapassado decorrente do paternalismo, do assistencialismo, do coronelismo e todas as doenças da política tupiniquim.
Anular o voto é sim uma das possíveis manifestações da cidadania. É discordar de um sistema que favorece a corrupção em suas mais diversas facetas: loteamento de cargos para os infinitos aliados políticos, cabides de emprego, descontrole das despesas públicas... Até porque não temos instrumentos hábeis para retirar definitivamente da vida pública aqueles que profissionalizaram aquilo que deveria ser um encargo público e estão no exercício de cargo eletivo exclusivamente em benefício de interesses pessoais. Acho que o máximo de benefício que um eleito deveria ter seria a isenção de pagamento de alguns impostos.
Estamos presenciando uma crise nos sistemas político e eleitoral do Brasil que só tende a piorar. Reflexo disso é a notável dificuldade de se estabelecer uma governabilidade no mínimo aceitável, pois fizeram uma aliança gigantesca para as campanhas eleitorais e estão dividindo o bolo até agora, sendo que as campanhas eleitorais já começaram, mesmo que de maneira disfarçada.
Enfim, votar nulo é declarar-se contra essa realidade e provocar na sociedade e nos nossos representantes a reflexão de que a mudança, a reforma, a modernização do sistema eleitoral está cada vez mais imprescindível.

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