quinta-feira, 18 de maio de 2006

O que realmente importa? (by myself)


Impressionante como estamos presos num universo cheio de falsos valores.


Hoje vindo para o trabalho me deparei com um out-door de uma instituição de ensino superior que dizia mais ou menos assim:


"Aulas três ou cinco vezes na semana! É pra vc não perder o HEXA!"


Tudo em verde e amarelo...


Acho que é o retrato sintético da mentalidade do brasileiro hoje.


Meus questionamentos:


Primeiro: Quem vai fazer vestibular nesse lugar está realmente preocupado com sua formação? Com seu futuro? Ou vai ficar na frente da TV vendo um monte de semi-analfabetos correndo atrás de uma bola, ganhando mares de dinheiro, enquanto muitas dos vestibulandos vão se apertar (e muito) para ter um curso superior, e o pior, de baixa qualidade.


Segundo: Um hexacampeonato de futebol é realmente tão importante para o futuro sócio-econômico da nossa sociedade falida em educação, política, segurança, etc, etc... num país onde vale mais uma bola rolando, ou uma bunda dançando, ou uma celebridade recém-casada-divorciada do que a dignidade e o respeito às garantias básicas de um cidadão e sobretudo do ser humano.


Terceiro: Onde vai para a educação deste país com a verdadeira indústria que se formou (aqui em Brasília ainda é mais evidente) em torno da "educação" brasilieira, que usa como barganha um motivo efêmero para atrair clientes, ops!, digo, estudantes.


Vamos acordar... este é um ano eleitoral e o mais importante é a consciência do voto, vamos ler os planos de governo dos nossos preferidos, e dos preterido também... A limpeza dos órgão representativos está nas nossas mãos este ano, e o detergente e o desinfetante e a vassoura nada mais são do que o maior instrumento de democracia e cidadania que temos (apesar da obrigação de comparacermos às urnas), e ele tem um nome e um sobrenome: VOTO CONSCIENTE...


Pra quem gosta é válido sim torcer pelo Brasil na Copa do Mundo, desde que não se esqueça dos sanguessugas, dos cuecões, dos anões, das malas, do fim-do-mundo, do mensalão, da compra de votos, da pizzaria, da guerra civil instaurada pelo poder paralelo, da previdência... Pois enquanto a gente dorme eles assam pizzas de escárnio e dançam a música da impunidade...


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4 comentários:

James Figueiredo disse...

Caro Adson,

Enquanto lia seu texto, pensava muito na entrevista do governador de São Paulo, Cláudio Lembo, no Jornal Nacional de segunda-feira.
Enquanto me revoltava ao ver o governador dizer que "estava tudo sobre controle" enquanto o PCC varria o Estado com rebeliões e atos de terrorismo, pensei em como a população não se revoltaria contra ele.

Mas, ironicamente, ano passado, uma multidão revoltada quebrou de ponta a ponta a Avenida Paulista, coração financeiro do país, por que não foi transmitido um jogo do São Paulo, num telão instalado para esse fim...

- Al Moroni - disse...

Falou e disse "bro"!

Acho que vc esta pedindo para não esquecermos uma porção muito grande de coisas, mas vc esta certo. O Brasil é o que é pq tem o povo que tem. Seremos uma nação desenvolvida quando a população se desenvolver.

Voto pelo fim do futebol... KKKKK. Agora todo mundo vai querer me matar.

Everton Lucero disse...

Ei, Adson!
É isso daí, gostaria de ouvir o mesmo de um candidato! Aliás, por que você não se apresenta? Teria meu voto e muitos outros, com certeza.
Abração

Itamar Matos disse...

Caro Amigo,

Falei sobre isto estes dias... Parece que as pessoas não mudam nunca, estão cegas, foram blindados seus ouvidos, mas uma vez me lembro da política romana "... pane et circus..." é isto mesmo? Então, nada muda neste país, adoro o meu Brasil e por isto quero continuar lutando para que nosso povo torne-se politizado, vivo falando com meus pais sobre isto, eles ainda votam por cabresto, é rídiculo, quem sabe um dia eu consigo fazê-los entender...

Quanto à educação, é outra vergonha nacional! Já chegaram pra mim e perguntaram: ..."Ita, por que você ainda não tem um curso superior? Hoje é tão fácil... eu respondi, que não farei um curso por fazer, só pra ter um título acadêmico, e mais, quero uma educação de qualidade, tudo bem que muitas vezes isto depende do aluno, mas há uma parcela muito grande da formação que depende dos professores e da instituição formadora. Na hora que eu estiver preparado cursarei uma faculdade.

Abraços,
Eu continuo acreditando que este país um dia muda!