segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Eu voto NÃO!!!


Eu voto NÃO porque:


O desarmamento é um problema muito mais estrutural que ideológico. Pois a polícia está mais mal equipada que qualquer bandido, além de ser altamente corruptível por conta dos baixos salários na maioria dos estados.


A campanha do sim está mascarada por formadores de opinião (artistas e pessoas públicas) enquanto que a do não mostra o povo.


Existe um estatuto do desarmamento que se fosse aplicado, não precisaria de referendo. Este referendo é balela, é inútil, é só mais um artifício para alienar a população dos problemas REAIS do país e fazer com que esqueçamos das promessas de campanha que fizeram e dos escândalos que provocaram.


VOTE NÃO VOCÊ TAMBÉM!!!

2 comentários:

Fernando Martins disse...

Adson,

Não era de se esperar uma opinião diferente. A mídia brasileira vem batendo apenas em um lado da questão, por isso proliferam argumentos como proibir é uma questão de falta de democracia, ou os ladrões não serão desarmados.

A frente parlamentar pela não proibição a todo momento vem reestruturando a questão:

Não está se discutindo o DIREITO a ter uma arma, a questão não é essa. As restrições ao porte serão implementadas independente do resultado do referendo. Logo O DIREITO não está em discussão. Se eles dizem para vc votar pelo seu DIREITO a ter uma arma estão enganando vc.

A campanha pelo Não é financiada pela industria bélica armamentista brasileira, por isso é possivel observar a qualidade grafica do material e a superioridade técnica dos programas de televisão, enquanto no Programa do sim vc vê artistas que trabalham voluntariamente, na propaganda do Não vê-se um trabalho de marketing político profissional. Logo, vc não está votando com o povo, está sim votando de acordo com a industria armamentista.

Quanto a identificação política do referendo com o governo federal, é preciso observar que a proposta do estatuto vem do governo FHC e que o estatudo foi aprovado em Dezembro de 2003, muito antes das denúncias e da turbulência política que enfrentamos hoje. Convnencer a população que o governo fez o referendo para alienar a população também não é verdade.

As propagandas do não, beiram a irresponsabilidade ao comparar a Suiça com o Brasil, na Suiça o serviço militar é obrigatório para todos e o treinamento militar é feito periodicamente durante o periodo de 10 anos, conforme disse o entrevistado ontem, logo para os padrões brasileiros seriam todos como militares portando armas. É um joguinho perverso de esconde e mostra.
Israel é um outro país onde a população civil tambem esta armada, por conta dos conflitos arabe-israelenses, todos os judeus homens e mulheres são submetidos a treinamento militar, homens 3 anos, mulheres 1 ano, mas la as mortes são constantes pois ao contrário da Suiça e como no Brasil está presentes desigualdades.

A propaganda do "Não" não ousa citar os EUA, onde a posse de armas é um direito constitucional fruto do processo conturbado de libertação da Inglaterra e de consolidação da Federação Americana. O resultado desse processo foi que a população civil terminou fortemente armada e hoje abundam crimes estupidos como Columbine ou entao o caso do Latino que vai em casa pega sua arma e dá um tiro na namorada brasileira, ou ainda o final de Beleza Americana.

Existem certas leis da vida social que são quase como as leis físicas. Um bom exemplo é o trânsito. Quanto maior a velocidade média do trânsito de uma via, cidade, etc maior o número de vítimas fatais decorrentes de acidentes de trânsito, com a questão das armas acontece algo bem semelhante. Quanto maior o número de armas em circulação, maior o número de mortes por armas de fogo, não só a morte de bandidos, como quer fazer crer a industria armamentista, mas tmb de muitas pessoas de bem.

Urbano Cosmopolita disse...

Não é pelo direito de ter uma arma que defendo o NÃO... Eu já li mais sobre o assunto e minha opinião foi formada. A ISTOÉ é um bom exemplo de reportagem não-tendenciosa.

Eu defendo o não pelo aparelhamento da segurança, pelo uso efetivo das forças armadas (tudo bem que o objetivo das forças armadas é outro, mas se são sub-utilizadas, já que não temos guerras e nem tanta necessidade de defesa de território, porque não usá-las para combater o crime organizado, como o tráfico de armas e drogas por exemplo.). Defendo o NÃO também pela aplicação do estatuto do desarmamento, com ele não precisaria de referendo. E se o referendo é parte do processo de aprovação do estatuto, que já está aprovado, continua inútil.

Acho também que a realidade cultural e sócio-econômica dos outros países é bem diferente da nossa. É necessário investir muito mais em educação e diminuição das desigualdades sociais antes de tentar tampar o sol com a peneira com uma futilidade dessas.

Hoje eu assisti a propaganda, e a campanha do sim admitiu que o referendo não é pra desarmar os bandidos! Isso pra mim foi um indício que esse referendo vai ser um tiro pela culatra...

Contestando o fato do uso do referendo pelo governo para mascarar a crise, tudo bem que ele surgiu antes, mas está acontecendo num momento muito oportuno, não acha? É realmente uma "coincidência" (se é esta a palavra) muito bem vinda.

Continuo achando que o referendo seria muito bem-vindo depois que o Brasil melhorasse sua realidade. Existem muitas outras estatísticas que precisam de índices melhores... O referendo pra mim é uma balela.